quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

MENSAGENS



BIBLIOTECA DA EB2 D. PEDRO VARELA - MONTIJO

ESTÁ AFIXADA NO PLACARD A PERGUNTA DO MÊS DE JANEIRO

RESPONDAM! PARTICIPEM!


Link de acesso à Biblioteca de livros digitais. ( Literatura Juvenil)




terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"SABOREAR AS PALAVRAS"-EB2 D. PEDRO VARELA -MONTIJO


PEDRO ALECRIM


António Mota, autor de uma já extensa e reconhecida obra dedicada aos leitores mais jovens, publicou Pedro Alecrim, romance vencedor do Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças em 1990. Num Pragal ainda rural, Pedro Alecrim vive com a sua família. Todos os dias, Pedro vai para a escola, brinca e ajuda os pais no trabalho do campo. Não sendo um aluno brilhante, Pedro Alecrim gosta da escola, embora tenha pena que os professores não lhe expliquem porque é que as coisas são como são e que nem tudo o que aprenda lhe seja útil na sua vida fora da escola. É no equilíbrio entre a ingenuidade e os sonhos de criança e a percepção, sempre latente, de que a vida reserva mais problemas e dificuldades do que uma longa caminhada para a escola em dia de temporal que vive Pedro Alecrim. Sem cair numa escrita de pendor moralista, este livro conta, com simplicidade (a simplicidade de Pedro), uma história que nos faz reflectir sobre o tempo e sobre a necessidade de não desperdiçar aquilo que nos é dado, quando nos é dado (ao contrário do que faziam os meninos mimados na cantina da escola, diriam Pedro e o seu amigo Nicolau). António Mota consegue, sem perder coesão, contar a crianças e a adultos a história de um menino que viu a sua vida mudar depois da morte do pai e que soube lidar com novas e pesadas responsabilidades com uma naturalidade que talvez estivesse fora do alcance de um adulto. Professor há vários anos, António Mota conhece bem a linguagem e o universo da literatura infantil e juvenil, sabendo, por isso, que é um erro subestimar a capacidade que as crianças têm de compreender as mensagens que os seus livros encerram. Este livro, embora especialmente destinado a um público mais jovem, pode e deve ser lido por todos, porque às vezes é muito fácil esquecermos aquilo que temos e aquilo que queremos.

PROJECTO "SABOREAR AS PALAVRAS"- EB2 D. PEDRO VARELA-MONTIJO


O RAPAZ DE BRONZE

“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos. Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas. E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim. E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens. E havia um campo com trigo e papoilas, e um pinhal onde entre mimosas e pinheiros cresciam urzes e fetos.
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos.
Os gladíolos são flores muito mundanas. E aqueles gladíolos acha
vam que o lugar mais chique do jardim era esse jardim de buxo onde eles moravam.
… os gladíolos gostavam muito de ser gladíolos e achavam-se superiores a quase todas as outras flores. Diziam eles que as rosas eram flores sentimentais e fora de moda e que os cravos cheiravam a dentista. Tinham
grande desprezo pelas papoilas e pelos girassóis, que são plantas selvagens. E das flores da urze e das flores de tojo do pinhal diziam que nem eram flores. Os gladíolos admiravam secretamente as camélias, mas não tinham muita consideração por elas: achavam que elas eram esquisitas e irritantes. As camélias são muito diferentes dos gladíolos: são vagas, sonhadoras, distantes e pouco mundanas. Estão sempre semiescondidas entre as suas folhas duras e polidas. Mas os gladíolos admiravam as camélias por elas não terem perfume, pois, entre as flores, não ter perfume é uma grande originalidade. Mas as flores que os gladíolos amavam realmente, as flores por quem os gladíolos tinham uma admiração sem limites, eram as tulipas. Com as tulipas os gladíolos chegavam a ser subservientes e punham de parte a sua vaidade. E o único desgosto da vida dos gladíolos era não serem tulipas. Porque as tulipas são caras, raras e muito bem vestidas. O seu feitio é simples, exacto e claro. As suas cores são ricas e sumptuosas. As suas pétalas são as pétalas mais bem cortadas e mais bem armadas que há no jardim. Mas havia uma flor que os gladíolos detestavam. Era a flor de muguet. O muguet é uma flor escondida. É uma flor pequenina e branca e tem um perfume mais maravilhoso e mais belo do que o perfume dos nardos.
Durante o Inverno ela dorme na terra debaixo das folhas secas e desfeitas das árvores. Dorme como se tivesse morrido. Mas na Primavera as suas longas folhas verdes furam a terra e crescem durante alguns dias até terem um palmo de altura. Então muito devagar as folhas vão-se abrindo e mostram à luz maravilhada as campânulas aéreas, brancas e bailarinas da flor do muguet. E o vento da tarde toma em si o perfume do muguet, leva-o consigo, e espalha-o no jardim todo. Então tudo no jardim estremece e as grandes tílias e os velhos carvalhos e as flores recém-nascidas e as relvas e as borboletas dizem:
- É Primavera! É Primavera! Só os gladíolos não gostam e dizem:
- Que flor tão exibicionista! Finge que se quer esconder, finge que é simples e humilde, finge que não quer que a vejam, mas depois transforma-se em perfume e espalha-se no jardim todo! E à noite, quando vão à estufa visitar as begónias e as orquídeas, os gladíolos fecham a porta para não sentirem o perfume da flor do muguet.

(Excerto de “O rapaz de bronze” de Sophia de Mello Breyner Andresen)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

À DESCOBERTA DA HISTÓRIA- ACTIVIDADE DINAMIZADA PELO PROFESSOR LUÍS OLIVEIRA

Álvaro Magalhães


«Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor. Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for. Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for. Quando for grande, quero ser um brincador.»

Assim se apresenta o escritor Álvaro Magalhães, que aos 25 anos de vida literária juntou a poemas inéditos alguns dos seus melhores antigos, ilustrou-os com desenhos de José de Guimarães e publicou-os em edição comemorativa da ASA. A mesma editora deu à estampa a série de aventuras Triângulo Jota e outros tantos dos seus escritos para crianças e jovens em vários géneros, do conto ao texto dramático.

Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou História com muitas Letras – o primeiro livro para crianças. Desde então construiu uma obra singular e diversificada, com mais de três dezenas de títulos entre os quais se encontra poesia, teatro, crónicas e traduções.

Nas suas obras para a infância reina a força do imaginário e da palavra, a medida mágica da existência e o sonho como «factores de modelação do ser».

Foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura. Em 2001 o livro Hipopóptimos – Uma História de Amor foi seleccionado para integrar o Projecto BARFIE (Books and Reading For Intercultural Education), que visa a construção de uma biblioteca europeia de obras de reconhecida importância para a promoção da educação intercultural.

http://www.instituto-camoes.pt/cvc/livros/1075.html



O melhor conto do jovem Hans Christian Andersen, contado por Álvaro Magalhães.

“ (…) de repente, começou a nevar dentro daquela sala(…) vieram dois ladrões, (…) o alfaiate gritou muito alto, um grito horrível, como se tivessem acabado de lhe arrancar a alma.”


À DESCOBERTA DA HISTÓRIA




PERGUNTA DO MÊS DE JANEIRO:




Indica o título do livro de Álvaro Magalhães que recebeu o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens de 2002.



Em O Rapaz do Espelho, um texto de Álvaro Magalhães ilustrado por José Miguel Ribeiro, é-nos relatado o melhor conto do jovem Hans Christian Andersen.
Certa noite de Verão, em Odense, na Dinamarca, o jovem Hans Christian Andersen, então com onze anos, reparou que estava a nevar em casa do vizinho alfaiate; e não era uma partida da sua imaginação. O que seria, então?

Soube-se, depois, que o misterioso Senhor das Neves encomendara um manto ao alfaiate e, como ele não ficou pronto a tempo, zangou-se e levou-lhe a alma.
Foi assim que Hans partiu em busca do reino do Senhor das Neves, algures no Lado de Lá, para entregar o manto acabado de fazer e recuperar a alma do alfaiate.

O Lado de Lá… Tudo tem um outro lado, mas são poucos o que acreditam nele e menos ainda os que o conseguem alcançar. Hans acaba de lá chegar; e o seu melhor conto, porque foi vivido, vai começar. Não chega imaginar, é preciso viver.

Mas é a ele ou ao outro, o rapaz do espelho, que tudo isso está a acontecer?